Marcus Justin

Raízen acelera desinvestimentos e começa a despertar ruídos de recuperação judicial
A Raízen intensifica a venda de ativos

A Raízen, joint venture da Cosan com a Shell, intensificou a venda de ativos e já levantou cerca de R$ 2,7 bilhões (ou aproximadamente R$ 2,9 bi segundo outras fontes) nos últimos meses por meio da alienação de usinas de energia, ativos agrícolas e unidades como Leme e Santa Elisa.
Dentre essas vendas, destaca-se a transferência de 55 usinas de geração distribuída por R$ 600 milhões, da Raízen Energia, para os grupos Thopen Energia (44 unidades) e Gera Holding (11 unidades), com capacidade total de até 142 MWp. A conclusão da operação está prevista até março de 2026, sujeita à aprovação do CADE.
Apesar do montante captado, ele corresponde a apenas cerca de 7 % a 8 % da dívida líquida da empresa — estimada entre R$ 34 bi e R$ 42 bi — indicando que serão necessárias vendas adicionais.
A alavancagem da Raízen está em torno de 3,2× EBITDA, bem acima dos 1,3× registrados um ano antes, o que aumenta o desconforto entre investidores.
Analistas de mercado na Faria Lima já discutem a possibilidade de um pedido de recuperação judicial, dado o ritmo de desinvestimentos e o endividamento persistente.
🟢 Visão geral
A Raízen está claramente em um esforço urgente de desalavancagem, realizando vendas significativas de ativos. No entanto, mesmo com os desinvestimentos recentes, o impacto sobre o endividamento ainda é limitado. O mercado já sinaliza apreensão e começa a considerar a hipótese de recuperação judicial como parte das estratégias de precificação das ações.
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