Vaza Toga: Denúncias de 5 de Agosto Escancaram Polêmica no STF
Vazamentos e Acusações de Abuso de Poder no Centro do Debate

Mensagens vazadas envolvendo o ministro Alexandre de Moraes e sua equipe no STF reacenderam o caso "Vaza Toga" em 5 de agosto de 2025, com denúncias de manipulação de relatórios e perseguição política. Entenda o que dizem as acusações e por que elas estão gerando alvoroço.
Na terça-feira, 5 de agosto de 2025, novas denúncias relacionadas ao caso conhecido como "Vaza Toga" voltaram a agitar o cenário político e jurídico brasileiro. As acusações, amplamente discutidas em reportagens e postagens no X, apontam para supostas irregularidades cometidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua equipe, incluindo a produção de relatórios sigilosos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para embasar ações contra opositores políticos, especialmente bolsonaristas. As revelações, que incluem mensagens de WhatsApp e áudios, levantam questões sobre a legalidade de práticas judiciais e a imparcialidade do STF, reacendendo debates sobre a atuação do Judiciário em casos sensíveis, como os relacionados aos eventos de 8 de janeiro. Abaixo, detalhamos as denúncias, seus desdobramentos e o que elas significam para o Brasil.
As Denúncias de 5 de Agosto de 2025
Produção de Relatórios Sob Encomenda
As denúncias publicadas por veículos como a Folha de S.Paulo e amplificadas no X afirmam que o gabinete de Alexandre de Moraes solicitou, de forma extraoficial, relatórios da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE em pelo menos 20 ocasiões. Esses relatórios teriam sido usados para embasar ações no inquérito das fake news, como quebras de sigilo bancário, bloqueio de redes sociais e cancelamento de passaportes de figuras alinhadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Um exemplo citado é o caso de um relatório solicitado em 22 de novembro de 2022, contra o jornalista Rodrigo Constantino, onde o juiz auxiliar Airton Vieira teria pedido a Eduardo Tagliaferro, então chefe da AEED, para "caprichar" no documento, sugerindo manipulação de provas.Conversas de WhatsApp e Áudios Comprometedores
Mensagens de WhatsApp e áudios vazados mostram comunicações entre assessores de Moraes, como Cristina Yukiko Kusahara (ex-chefe de gabinete) e Eduardo Tagliaferro, indicando preocupação com a legalidade das práticas. Em uma troca, um assessor questiona se os pedidos eram feitos "no privado", e outro sugere criar denúncias anônimas para formalizar os relatórios, apontando tentativas de encobrir métodos clandestinos. Um grupo de WhatsApp, inicialmente usado para coordenar essas ações, foi renomeado para “Audiências de Custódia” em 27 de agosto, possivelmente para disfarçar seu propósito.Acusações de Perseguição Política
As denúncias sugerem que os relatórios foram usados para justificar prisões de manifestantes do 8 de janeiro com base em "certidões positivas" criadas a partir de curtidas, comentários e vídeos nas redes sociais. Postagens no X afirmam que isso sustentaria uma narrativa de "golpe" para justificar ações contra Bolsonaro e seus apoiadores, classificando-as como perseguição política. Um jornalista americano, Michael Shellenberger, publicou supostos documentos que reforçam essas acusações, alegando que o STF usou "artefatos ilegais" para prisões.Reações e Impacto
As revelações geraram pedidos de impeachment contra Moraes, com um abaixo-assinado online buscando 1 milhão de assinaturas e atos programados para 7 de setembro em São Paulo e Belo Horizonte. No X, usuários como @OliverNoronha e @MidiaLibre chamaram as ações de Moraes de "ditadura do Judiciário", enquanto o jornalista David Ágape afirmou que grandes jornais evitaram publicar as denúncias por medo. O STF, em nota, defendeu que todos os procedimentos foram regulares e documentados, com participação da Procuradoria-Geral da República.
Contexto e Implicações
As denúncias da "Vaza Toga" reacendem comparações com a "Vaza Jato", mas especialistas ouvidos pela Crusoé e pelo Intercept destacam diferenças: enquanto a "Vaza Jato" expôs colaborações indevidas entre juiz e procuradores, a "Vaza Toga" sugere abuso de poder por um único ministro, dirigindo investigações e julgamentos. Crimes como violação de sigilo funcional, corrupção ativa ou passiva e advocacia administrativa foram apontados como possíveis por especialistas, caso as acusações se confirmem. A polêmica coloca em xeque a imparcialidade do STF e pode impactar decisões como a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, com pedidos para revisão de processos à luz das novas evidências.
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