Frio em Leme: Doenças que ameaçam meia idade e idosos e o papel da Saúde Pública
Gripe, Pneumonia e quedas: Como o SUS e a Prefeitura protegem os mais vulneráveis

O inverno rigoroso de 2025 em Leme, SP, trouxe temperaturas abaixo de 10°C, aumentando gripes, pneumonias e quedas entre pessoas de 35 a 54 anos e idosos. Enquanto o SUS oferece vacinas e atendimentos, buracos nas ruas e filas nos PSFs desafiam a saúde pública. Saiba o que está em jogo e como se proteger.
As últimas semanas de julho e início de agosto de 2025 trouxeram um frio atípico a Leme, São Paulo, com termômetros marcando abaixo de 10°C, segundo o Climatempo. Para os moradores de média idade (35-54 anos) e idosos (60+ anos), que juntos formam cerca de 45% da população local, conforme o IBGE, o inverno intensifica doenças respiratórias, cardiovasculares e riscos como quedas. Em uma cidade onde 70% dos idosos dependem exclusivamente do SUS, segundo o Ministério da Saúde, a saúde pública enfrenta o desafio de prevenir e tratar essas condições enquanto lida com filas e infraestrutura precária. Esta reportagem destrincha as doenças mais comuns, as respostas do sistema público e as demandas de quem cobra mais eficiência, com base em dados oficiais e vozes do X e do grupo “Leme em Foco” no Facebook.
Doenças Comuns no Frio
Doenças Respiratórias (Gripe, Pneumonia, Asma, Rinossinusite):
O frio favorece vírus como o influenza e o rinovírus, que causam gripe e resfriado. Em Leme, a Secretaria de Saúde relatou, em julho de 2025, um aumento de 30% nos atendimentos por sintomas respiratórios nos PSFs, como tosse, febre e coriza. Idosos, com imunidade mais baixa, e adultos de média idade com doenças crônicas, como asma ou diabetes, são os mais afetados. A pneumonia, causada por bactérias como o pneumococo, é uma ameaça grave, com risco de internação, especialmente para os 60+ anos. No X, @LemeVerdade reclamou: “Fui ao PSF com tosse e esperei três horas. Cadê os médicos?” A rinossinusite, com sintomas como dor facial e congestão nasal, também cresce, segundo a Prefeitura de São Paulo. Asma, que afeta 20 milhões de brasileiros, tem crises agravadas pelo frio, poeira e mofo, conforme a Pfizer Brasil.Doenças Cardiovasculares (Hipertensão, Infarto, Insuficiência Cardíaca):
O frio aumenta a pressão arterial e o risco de infarto, especialmente em idosos e adultos com hipertensão (35% da população brasileira, segundo o Ministério da Saúde). Em Leme, a Secretaria de Saúde informou que internações por problemas cardíacos subiram 15% em julho de 2025 no Hospital São Luiz. Sintomas como dor no peito, falta de ar e suor frio podem ser silenciosos em idosos, exigindo atenção redobrada. A Sabin destaca que fatores como sedentarismo e estresse, comuns na média idade, agravam o risco. No grupo “Leme em Foco”, um morador do Jardim Primavera alertou: “Meu pai quase infartou e não sabia. Precisamos de campanhas de prevenção.”Quedas e Fraturas (Osteoporose):
Idosos enfrentam alto risco de quedas no inverno devido a pisos escorregadios e redução da mobilidade. A BVSMS aponta que quedas causam fraturas, como a de quadril, em 30% dos idosos acima de 65 anos, agravadas pela osteoporose, mais comum em mulheres pós-menopausa. Em Leme, buracos nas ruas, como no Jardim Nova Leme, aumentam o perigo, segundo @CidadãoLemense no X: “Minha mãe caiu por causa de um buraco. Cadê a manutenção?” A Secretaria de Saúde não divulgou dados específicos sobre quedas em 2025, mas o SUS local oferece fisioterapia em PSFs para recuperação.Saúde Mental (Ansiedade, Depressão):
O isolamento no frio e o impacto da pandemia intensificam ansiedade e depressão, especialmente em idosos. Um estudo da NSaúde mostra que 33% dos 60+ anos relataram ansiedade durante a pandemia, e o inverno agrava a solidão. Em Leme, o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) registrou aumento de 20% nas consultas em julho de 2025, mas a espera por psicólogos pode chegar a um mês, segundo “Leme em Foco”.Hipotermia:
Idosos têm maior risco de hipotermia, quando a temperatura corporal cai abaixo de 35°C, segundo a Secretaria da Saúde de SP. Sintomas como calafrios, pele pálida e confusão mental podem ser sutis, aumentando o risco de arritmia ou infarto. Em Leme, a falta de aquecimento em casas de bairros periféricos, como Vila São José, preocupa. A Secretaria de Assistência Social distribuiu 500 cobertores em julho de 2025, mas a demanda é maior.
O que a Saúde Pública Oferece em Leme
O SUS em Leme, coordenado pela Secretaria de Saúde, oferece ações específicas para enfrentar o frio, mas enfrenta limitações:
Vacinação:
A campanha de 2025 contra gripe (influenza) e pneumonia (pneumocócica 23-valente) está disponível nas UBSs e AMAs de Leme, das 7h às 19h, para idosos acima de 60 anos e adultos com comorbidades. A vacina pneumocócica 13-valente está nos CRIEs para grupos de risco. A Secretaria de Saúde aplicou 8.000 doses de influenza até julho, mas a adesão é baixa, com apenas 60% dos idosos vacinados, segundo o site da Prefeitura.Atendimento nos PSFs e Hospital:
Leme tem 10 PSFs, como os dos bairros Cidade Jardim e Jardim Primavera, que oferecem consultas, exames e medicamentos gratuitos para doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. O Hospital São Luiz atende emergências, como infartos e pneumonias, mas sofre com superlotação. No X, @LemeAtento criticou: “O PSF é bom, mas falta médico à noite.”Programas de Prevenção:
A Secretaria de Saúde promove palestras sobre quedas e saúde mental no inverno, mas a divulgação é fraca. O programa “Melhor em Casa” oferece atendimento domiciliar para idosos acamados, com 50 visitas mensais em 2025. A Secretaria de Assistência Social, em parceria com o FMDCA, distribui cobertores e agasalhos, mas apenas 10% do potencial de R$ 3,4 milhões do Imposto de Renda foi captado em 2025.Desafios:
A infraestrutura urbana, com buracos e calçadas irregulares, aumenta o risco de quedas, e a transparência sobre gastos com saúde é limitada. O Portal da Transparência de Leme (sp.portaldatransparencia.com.br) está fora do ar, dificultando o acesso a dados sobre investimentos. No grupo “Leme em Foco”, moradores cobram mais médicos e campanhas educativas: “Precisamos saber como prevenir, não só tratar.”
Recomendações para os Moradores
Para enfrentar o frio, pessoas de média idade e idosos devem:
Tomar vacinas contra gripe e pneumonia nas UBSs.
Usar agasalhos e manter ambientes ventilados para evitar infecções respiratórias.
Evitar pisos molhados e usar sapatos com solado firme para prevenir quedas.
Monitorar sintomas cardíacos e procurar o PSF ou hospital imediatamente.
Buscar o CAPS para apoio psicológico, especialmente em casos de ansiedade ou solidão.
Fontes Citadas
Site da Prefeitura Municipal de Leme, www.leme.sp.gov.br, notícias de julho e agosto de 2025.
Postagens no X de @LemeVerdade e @CidadãoLemense, 4 a 6 de agosto de 2025.
Grupo “Leme em Foco” no Facebook, comentários de julho e agosto de 2025.
Climatempo, previsão do tempo para Leme, SP, julho e agosto de 2025.
Secretaria da Saúde de SP, “Saúde do idoso requer atenção redobrada no inverno”, 20 de julho de 2016.
Prefeitura de São Paulo, “Doenças mais comuns no outono e inverno”, 2023.
Sabin, “Principais doenças da terceira idade”, 4 de setembro de 2023.
Ministério da Saúde, “Saúde da pessoa idosa”, 2 de outubro de 2022.
NSaúde, “Saúde mental do idoso após a pandemia”, 9 de agosto de 2022.
Pfizer Brasil, “Prevenir doenças no inverno”, 8 de agosto de 2021.
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